Triagem Neonatal é tema de debate no MP


A triagem neonatal realizada por meio dos exames do pezinho e da orelhinha foi o principal assunto da reunião de hoje, dia 22, do ‘Observatório de Maternidades’, que é parte integrante do ‘Projeto Cegonha’. No encontro, o coordenador do Centro de Apoio Operacional da Saúde Pública (Cesau), promotor de Justiça Rogério Queiroz, salientou a importância de Estado e Municípios atuarem para assegurar a realização dos testes. “O diagnóstico dessas alterações no recém-nascido possibilita o tratamento precoce, o que, ao mesmo temo, assegura a saúde da criança e minimiza os custos para o poder público”, afirmou o coordenador do Cesau, que presidiu o encontro ao lado do promotor de Justiça Carlos Martheo Guanaes. 

A médica geneticista Helena Pimentel, que atua na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae) e na Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab), explicou que os sete exames que compõem o teste do pezinho permitem, por meio da análise sanguínea, identificar alterações de natureza genética ou endócrina que podem vir a acarretar doenças mentais e de outras naturezas. “O objetivo é intervir de forma precoce para tratar ou até mesmo reverter alguns casos”, afirmou a professora, lembrando aos diretores e gestores de maternidades presentes ao encontro que a Apae oferece capacitação gratuita para profissionais que atuam na rede pública de todo o Estado, ressaltando ainda que o sangue pode ser coletado nas unidades capacitadas, mas precisa ser remetido para a Apae para a produção dos resultados diagnósticos. O teste deve ser realizado nos primeiros 15 dias de vida do bebê. 

A importância do teste da orelhinha foi destacada pela integrante dos conselhos de Fonoaudiologia e de Saúde do Município de Salvador, fonoaudióloga Leila Mazarakis. que informou que a surdez é o problema genético mais frequente entre recém-nascidos, atingindo de uma a seis crianças em cada mil nascidas vivas. O exame, que deve ser feito até 28 dias depois do nascimento, detecta casos de surdez ou perda auditiva e, conforme lei federal de 2010, deve ser realizado em todas as maternidades. “É preciso universalizar a realização do teste, pois uma deficiência auditiva detectada tardiamente pode comprometer o desenvolvimento da linguagem, da cognição e da sociabilidade da criança”, afirmou a fonoaudióloga. 

Redator: 
Gabriel Pinheiro (DRT/BA 2233

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