O panorama no atendimento a mães e recém-nascidos no Município de Salvador foi discutido na manhã desta quinta-feira, dia 25, durante a reunião do ‘Observatório de Maternidades’, que ocorreu na sede do Ministério Público estadual, no CAB. Na ocasião foram discutidos possíveis entraves e soluções para garantia do atendimento à puérperas (mães que estão passando pelo período pós-parto) e bebês, inclusive em situações de emergência, passando pela comunicação eficiente entre os serviços, melhoria do fluxo de elaboração do cartão SUS, além da possibilidade de uso da telemedicina para atendimento de especialidades médicas quando necessário. “Nosso objetivo é resolver as demandas na esfera extrajudicial, aproximando os promotores de Justiça dos órgãos que integram a rede”, destacou a promotora de Justiça Rocío Garcia Matos, coordenadora do Centro de Apoio Operacional da Saúde(Cesau). Ela dividiu a mesa de abertura da reunião com as promotoras de Justiça Juliana Rocha, gerente do projeto Cegonha; Ana Luiza Menezes Alves; e Mirella Brito.
A promotora de Justiça Ana Luiza Menezes atua em procedimento cujo objetivo é fomentar a padronização da faixa etária nos atendimentos médicos de pediatria para facilitar os atendimentos de referência e contrarreferência nas unidades de saúde do Estado da Bahia, esclarecendo que, nele, profissionais médicos sempre relatam receber recém-nascidos que não conseguiram atendimento na atenção primária em saúde, tanto para a puericultura, quanto para intercorrências não graves, que acabam indo parar na maternidade em que nasceram, que não dispõe de estrutura e pessoal para esses atendimentos. “Precisamos discutir esse assunto para melhorar o atendimento prestado na atenção primária em saúde”, ressaltou. Para a vice-presidente da Sociedade Baiana de Pediatria, a pediatra Dolores Fernandez, o médico que atende na puericultura precisa estar capacitado para o atendimento do RN e a atenção primária também precisa prestar atenção ao público adolescente.
A programação incluiu também uma apresentação da Rede Estadual de Dados em Saúde da Bahia (REDS) e da tecnologia de prontuário eletrônico, do sistema AGHUse, que foi apresentado pelo coordenador geral de Gestão de Sistemas de Tecnologias de Informação e Comunicação na Saúde (CGTICS), Diego Daltro. Foi apresentado também o panorama dos atendimentos pertinentes à Rede Cegonha, por Renata Barbosa, médica de Saúde da Família e técnica de referência da Rede Cegonha, e Anderson Moreira Lima, representante da Secretaria Municipal de Saúde (SMS).
O próximo encontro do Observatório de Maternidades ficou agendado para o dia 30 de agosto, quando será discutida a regionalização da assistência materno infantil no Estado da Bahia.