A suspensão do direito a acompanhante no alojamento conjunto da Maternidade Tsylla Balbino foi um dos pontos mais delicados apontados pela gestora da unidade médica, Rita Calfa, na última sexta-feira, dia 11, durante a reunião do Observatório de Maternidades, que reforçou a importância da atuação integrada para garantir um atendimento de qualidade às gestantes e parturientes. O encontro, que foi aberto pela coordenadora do Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau), Patrícia Medrado, e pelas gerentes do projeto Cegonha, as promotoras de Justiça Andréa Scaff e Juliana Rocha, contou com a participação do promotor de Justiça de Saúde de Salvador, Rogério Queiróz, bem como de membros, servidores do MP, diretores de maternidades e profissionais da área de saúde. Dentre os encaminhamentos da reunião, o observatório decidiu atuar no sentido de fomentar a Secretaria de Saúde do Estado da Bahia (Sesab) para que regulamente o retorno das visitas de vinculação e oficiar as maternidades solicitando informações sobre a garantia da presença de acompanhantes.
A diretora-geral da maternidade Tsylla Balbino, Rita Calfa, apresentou os números sobre atendimentos e as estratégias da instituição para assegurar tratamento de qualidade às gestantes mesmo durante a pandemia da Covid-19. A gestora destacou que, desde fevereiro de 2021, o direito a acompanhantes foi suspenso no alojamento conjunto da unidade. Além de apresentar uma série de dados sobre a evolução da maternidade, que completou 62 anos, a diretora-geral citou a criação do Núcleo de Segurança do Paciente. Segundo Rita Calfa, em 2021, a maternidade registrou casos de recém-nascidos positivos para Covid-19. A maternidade vem trabalhando com um fluxograma especial para o atendimento de gestantes e parturientes infectadas pelo novo coronavírus.
Gerente do projeto Cegonha, a promotora de Justiça Andréa Scaff salientou que o direito a acompanhante é uma bandeira permanente do Projeto Cegonha e afirmou que o MP continuará zelando pela presença do acompanhante em pelo menos um momento do parto. “A unidade não pode decidir por não garantir o acompanhante em nenhum momento do parto”, afirmou, acrescentando a necessidade da retomada das visitas de vinculação às gestantes, ainda que de forma remota, por vídeo. A coordenadora do Cesau, promotora de Justiça Patrícia Medrado, destacou a importância de incluir na pauta do observatório uma reunião específica sobre a segurança do paciente. E o promotor de Justiça Rogério Queiroz chamou atenção para a sífilis e salientou que se precisa avançar na sífilis congênita. O próximo encontro do observatório, no mês de julho, trará uma exposiçao sobre a devolutiva da Maternidade Climerio de Oliveira, além de uma fala sobre cuidados paliativos.
Redator: Gabriel Pinheiro (DRT-BA2233)