O ‘Projeto Cegonha: Efetivando a Dignidade’ visitou hoje, dia 3, a maternidade do Hospital Mário José dos Santos, em Candeias, que está sob intervenção judicial desde 2017, sendo gerida de forma conjunta pela Justiça e pelo Município. Na inspeção, a coordenadora do projeto, promotora de Justiça Mirella Brito, detectou na unidade a ausência de referência para o pré-natal das gestantes de alto risco tipo 2, os casos mais graves atendidos numa maternidade. “Vamos solicitar à Secretaria Estadual de Saúde que encaminhe ao MP o desenho da rede de referência do Estado para, assim, estudarmos uma solução para esse problema, que é recorrente na Região Metropolitana de Salvador”, afirmou Mirella Brito, que fez a visita ao lado da promotora de Justiça de Candeias, Andréa Scaff de Paula Mota e das servidoras Candice Lisboa e Luana Barbosa Santos.
Durante a fiscalização, a equipe do MP observou que a maternidade conta com equipamentos novos e equipes completas em cada turno, com um obstetra, um cirurgião, um anestesista, uma enfermeira e quatro técnicos de enfermagem. De acordo com a promotora Andréa Scaff, um dos motivos que levou o MP a pedir a intervenção, acatada pela Justiça, foi a falta de material e de pessoal. “Ao longo de, pelo menos dez anos, quase tudo era terceirizado no hospital”, afirmou Andrea Scaff, que se declarou satisfeita com a nova realidade. Hoje, a maternidade tem 15 leitos, e, de acordo com a administração da unidade, realiza mais de 60 partos por mês. Em 2018, mais de 800 partos foram feitos na maternidade, o dobro do que era realizado antes da intervenção. “Ainda assim, a taxa de ocupação é baixa. Muitos pacientes ainda não conhecem as melhorias da unidade e acabam buscando atendimento em Salvador”, afirmou a coordenadora do ‘Projeto Cegonha’, que este ano pretende inspecionar todas as maternidades da Região Metropolitana de Salvador e dos municípios onde os promotores de Justiça tenham aderido ao projeto.
Fotos: Guilherme Weber (Rodtag)