A primeira fiscalização de 2018 do projeto ‘Rede Cegonha’ foi realizada hoje, dia 9, na Maternidade Estadual Albert Sabin. O projeto pretende visitar maternidades, unidades de Saúde e hospitais com atendimento obstétrico em toda a Bahia durante o ano. “Inicialmente visitaremos todas as maternidades da região metropolitana de Salvador, partindo então para o interior do estado”, destacou a coordenadora do projeto, promotora de Justiça Mirella Brito, acrescentando que as visitas devem ocorrer todas as sextas-feiras do ano. Na visita de hoje, foram constatados problemas como pacientes nos corredores, salas adaptadas, falta de pessoal e infraestrutura inadequada.
A fiscalização, conduzida pela promotora de Justiça Mirella Brito, com o apoio da assistente social Candice Lisboa do Centro Operacional de Apoio à Saúde (Cesau), constatou que, apesar de contar com apenas 56 leitos, a maternidade realiza cerca de 450 partos por mês. De acordo com a promotora de Justiça, “por conta da superlotação, macas com pacientes ocupam o corredor do Centro Obstétrico, salas de curetagem foram adaptadas para funcionar como unidades pré-parto e em uma sala foi implantada uma modalidade chamada ‘leito poltrona’, onde algumas mães se recuperam do parto para liberar leitos para outras parturientes”. Mirella Brito afirmou que, de acordo com a direção do próprio hospital, há dias em que é necessário “improvisar mais de 20 leitos extras nessas condições”.
De acordo com a direção da maternidade, a superlotação decorre, em parte, do grande número de casos de sífilis em Salvador, que faz com que uma paciente infectada chegue a passar 14 dias internada, sem que os leitos sejam liberados. Situação semelhante seria gerada pelos partos de prematuros. Dentre os problemas estruturais, a promotora afirma que um dos mais graves é a inexistência de berços de acrílico na maternidade. “A direção já encomendou 75 berços, pois os 20 de metal que existem são inutilizáveis”, salientou ela.
Para lidar com a demanda reprimida, a Albert Sabin criou um plano de contingência que se baseia em uma classificação de risco dos pacientes, feita por um médico sentinela, de forma a priorizar os casos mais graves. “É uma medida emergencial muito interessante. Esses profissionais são verdadeiros heróis”, destacou Mirella Brito. A visita contou também com a participação da diretora da maternidade João Batista Caribé, Zenilda Monteiro.